Só que num domingo desses a família se separou (quase) toda. Feriadão, os pais num casório em Curitiba, as irmãs mais novas em sei-lá-eu-onde, acampando! Sobramos em Porto apenas a Pati e eu. E os respectivos cônjuges. A ideia e o cardápio vieram da Pati; a minha humilde contribuição foi pegá-la em casa, no sábado, para comprarmos os ingredientes no Mercado Público. Com direito a um longo café da manhã na Lancheria Luz, com seu pastel de bacalhau divino! Mas isso já é assunto pra outro post...
Ingredientes comprados, deixo ela em casa, e toco para a minha pensando.. minha irmã vai fazer cuscuz com salmão. A curiosidade era grande. Gosto de cuscuz, mas comi poucas vezes na vida. Sempre achei que era algo complicado de fazer. E mais ainda de combinar.
O domingo acorda bonito: Porto Alegre está calma, muita gente viajou para aproveitar o feriadão. O dia está lindo, eu e a Tati percorremos o caminho até a casa deles sentindo o cheiro de fumaça dos tantos churrascos que a cidade espera para saborear. Nós, não.
Nossos queridos anfitriões nos recebem com uns beliscos bem legais: figos maduros cobertos com queijo gorgonzola (créditos para a dona Lisete), bolachinhas com caviar vermelho, damascos, pistaches e azeitonas recheadas. Oasis na vitrola, o apartamento radiante de sol e de bom astral.
Minha irmã apresenta as armas: o salmão já está no forno, em grossas postas marinadas com sal, pimenta moída na hora, um fiozinho de azeite e suco de limão. No mesmo forno assa também outra travessa com um picadinho de cebola roxa, cenoura e Kümmel (cominho). O salmão será servido com pesto de rúcula, pra minha grata surpresa. Rúcula batida com azeite de oliva no liquidificador (com um certo trabalho, é verdade... um processador daria conta do recado com mais autoridade). Um toque sutil de coentro na mistura para aliviar o amargor da rúcula, picadinho de damascos e pistaches e aquele queijo parmesão ralado na mistura... E vamos ao cuscuz!
A base do cuscuz foi comprada no mercado público, já pronta. Facilita, claro, mas permite que o toque final seja dado pela mão criativa do cozinheiro. E o toque da Pati foi um primor: aquele picadinho que dividiu o calor do forno com a travessa do salmão gentilmente misturado com manteiga Aviação. Tive a honra de fazer essa mistura enquanto a Pati e o Zé davam atenção ao pesto de rúcula... E que honra!!! O perfume que emanava da mistura não tem explicação!
Ficou divino. O tempero do salmão e o pesto de rúcula casaram em comunhão total de bens com o cuscuz!!! Foi só correr pro abraço. Nos fizeram companhia um Marques de Casa Concha Merlot 2006 e um Navarro Correas Coleccion Malbec 2004 - que, após o almoço, “guardamos deitados”, assistindo o excelente The Acid House, com roteiro do pirado Irvine Welsh, o cara que escreveu Trainspotting. Bela dica do Dr. Nicoletti.
Bom domingo a todos!!!!
PS: quem quiser a receita detalhada das postas de salmão, do pesto de rúcula ou do cuscuz, pega aqui no post abaixo.
5 comentários:
Ô Tchê! O próximo domingo desses tu me liga!
Os domingos de inverno são melhores ainda para reuniõezinhas e comilanças. Nham, nham já quero que chegue o próximo !!!
Fiquei curioso com o cuscuz. Deve ter ficado delicioso. Mas teria de fazer desfeita. Não conseguiria encarar os figos nem a rúcula. São róins. :)
Juju, para esses casos, o pão com patê sempre te salva, hein?
Pãozinho com patê Sadia é básico.
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